Wednesday 4 July 2007

Ou la que nome das a isso...

Episódio 1

(aconteceu já de certeza a muit@s de nós...)

Ao balcão, a empregada serve-nos o café, ouve qualquer pequena troca de ideias sobre o açúcar e pergunta, inocentemente ou nem tanto...

São irmãs???

NÃO...

Ah... pareciam...
Mas é normal... As pessoas quando andam sempre juntas começam a ficar parecidas... Também acontece com as amigas... Vocês andam sempre juntas???

Sim, o cabelo dela começa subitamente a ficar louro, a minha subitamente a ficar mais branca...
Devo ter todos os espelhos lá de casa partidos...
Ou isso, ou deveras embaciados!!!
É que somos a cara chapada uma da outra. Nem sei como é que nunca perguntaram se não somos gémeas... Sim, porque não?? Poderíamos perfeitamente ser gémeas, tal como poderíamos perfeitamente ser irmãs.
Mas não somos... E por esse facto serei grata toda a minha vida!!!

Acreditem, por muito desagradável que seja perguntarem se somos irmãs, por muito que apeteça dizer: se uma de nós fosse um gajo, também perguntavas se éramos irmãos???, perguntarem: ah, é a sua filha??? é infinitamente pior...


Episódio 2

Mas tu agora passas a vida na casa da _ _ _ _ _ _ _ _ _...???

Passo!

Porquê??

Porque me apetece...


Episódio 3

No carro,

mãe: A que horas saiu ontem a tua colega? Não ouvi a porta...

filha: Colega não...!

mãe: Amiga, ou companheira, ou lá o que são as duas...

Oh mãe, será difícil de perceber, de assimilar, ou apenas de dizer?

A palavra é até bastante simples...

Usarias a palavra sem hesitação no género masculino. Mesmo que não o fosse. Poderias até questionar se o seria...

Porquê essa dificuldade em utilizar a palavra no feminino. Muda apenas uma letra... Um y por um x no cariótipo, um o por um a no conceito.

Perguntasses tu: a que horas saiu a tua namorada ontem? E eu responderia, sem rodeios ou tentativas de desconversar... não vi bem as horas, deve ter sido por voltas das... A minha namorada saiu às 2 da manhã, e nada lhe costou tanto como obrigar-se a sair dos meus braços... Se bem que se usasses a palavra namorada, deixavas de perguntar a que horas entrava ou saía, saberías que queremos estar juntas, que queremos namorar.

Baboseiras... Nem sequer foi a minha mãe quem perguntou isto... Ou a mim...

Serão estas tentativas das nossas mães abordarem a conversa? Será isto o melhor que conseguem fazer, será isto o desajeitado fruto do seu esforço?

Afinal, quem foge mais ao assunto, nós ou elas???

Eu, de certeza, continuo ainda a evitá-lo. Não sei como abordá-lo. Quero dizer, mas as palavras recusam-se a falar surgida a oportunidade. Quero incluí-la na minha vida amorosa, mas as palavras fogem-me da boca.

Venha o tempo.

Corra por nós.

Espalhe as folhas.

Alguém as virá recolher.

O dia chegará em que não evitarei o assunto.

Dá-me a sensação que será um dia muito feliz, o dia em que partilharei este segredo tão mal guardado com a minha mãe, este macaco escondido com um rabo tão grande e completamente de fora...

Se ela me perguntar, eu respondo. Se não perguntar, é porque não quer aceitar. Saber já sabe, de certeza.

Estou a fugir ao assunto. Estou à espera do mais fácil. Esou à espera de uma pergunta a que tenha simplesmente de responder SIM. E se essa pergunta não for feita nunca?

ALternativas. Preciso de alternativas.

E de algo mais. Embora não creia que coragem seja a palavra a utilizar.

Mas que sei eu de palavras???

Não sei sequer o que a palavra significa...

A palavra palavra...

O 'desprovimento' de significado

Palavras.

Qual o seu significado?

Qual o significado da palavra palavra?

Baboseiras e afins iria eu escrever…

Turbilhões de alma…

Tivesse a minha alma tempo para turbilhões…

Conseguisse ainda a minha alma ter o discernimento de se aperceber quando acaba um dia e começa outro...

Chegasse eu à conclusão porque corro tanto, porque quero sempre mais, porque nunca sossega esta minha desassossegada alma.

Enfim, a partir de amanhã correrei ainda mais! Mas por uma boa causa! Há que ser positivo! Há que fazer sobressair as vantagens e camuflar as desvantagens...

Lá se foram os meus fins-de-semana, lá se foram os travesseiros em Sintra, os velejos em Cascais, e as vitórias nos mais diversos locais...

Mas foquemo-nos nos aspectos positivos! Não era isto o que querias? Sim, mas há algum tempo atrás. Não vou reclamar, não vou sequer protestar. É isto que quero, sim. O problema é que quero isto, e aquilo, e aquel’outro, e mais uns quantos... Só é pena o dia ter apenas 24 horas, a semana ter apenas 7 dias...

Aproveitemos a vida o melhor que podemos.

Quero o meu baú de recordações bem recheado!!!

E as 24 conseguem sempre ser um pouco esticadas... Se o dia de amanhã tiver apenas 22 não faz mal, o de hoje teve 26... E depois, feitos os ajustes, acabam por haver dias que passam tão despercebidos que parecem não ter sequer existido! Mas não interessa, haverá sempre um amanhã, com horas que poderão ser usadas para compensar horas de dias já vividos.

Olhando para trás, foi rápido, muito rápido, demasiado rápido...

Olhando para o lado, parece que o tempo está a correr connosco, mas não exactamente ao nosso lado. Vai sempre um pouco mais adiantado. Nós bem que corremos, mas nunca suficientemente depressa.

Olha em frente, desacelera o passo. Deixa o tempo correr. Ele não corre mais depressa que tu, ele não te escapa por entre os dedos, ele não faz a tua vida fugir de ti.

Olha em frente e perceberás que a esta velocidade não chegarás longe, porque o caminho estende-se para além do que os teus olhos conseguem vislumbrar.