Sunday 4 November 2007

Um daqueles dias...

Acordar.

Sorrir.

Acordar.

Feliz.

Acordar.

Se eu não tivesse acordado para o dia de hoje, não estaria talvez aqui, agora, a escrever a sensação de passar por um dia sem o aproveitar.

Tivesse eu acordado hoje de manhã num dia completamente diferente, e talvez o dia tivesse sido diferente.

Talvez melhor.

Talvez pior.

Quem poderá saber?

Diferente, de certeza.

Melhor ou pior, alguma coisa desse dia teria ficado.

De todos os dias fica alguma coisa...

Deste, o que ficou?!?

Apenas esta sensação.

Esta imensidão de sentimentos.

A grande questão: estarei eu aqui com algum propósito?

Valerá de alguma coisa tanto tempo, tanto esforço, tanta dedicação, tanto sacrifício?

Quando a retribuição é zero?

Quando é zero o proveito desse esforço?

O que fazer nos dias em que sentimos que andamos no mundo, invisíveis?

O que fazer nos dias em que tudo à nossa volta parece girar, não por nós, não para nós, não connosco, mas simplesmente à nossa volta?

E porque escrever palavras, quando estas são vãs?

E porque fazer um esforço para tentar perceber, quando sabemos que esse esforço é inglório?

Life is hard and unfair, alguém costumava dizer, não me lembro agora quem...

Diz-se que de outro modo não teria qualquer graça.

Mas há dias...

Como o de hoje...

Em que nada nos anima...

Ou pelos menos é isso que nos parece...

E como não acho que vá acontecer agora algo que me faça mudar de opinião...

O melhor é começar já a pensar no dia em que acordarei amanhã.

É incrível como uma pessoa pode acordar feliz e saber à partida como se irá sentir ao fim do dia.

É incrível como se acredita sempre que desta vez será diferente.

Como se dão vezes e vezes sem conta uma segunda oportunidade, uma nova oportunidade para que as pessoas possam abrir os olhos, ver os erros que fazem, tentar corrigi-los, dar uma oportunidade a quem se esforça para a merecer.

Enfim, há que tomar decisões.

E se a minha decisão é ficar e lutar, resta-me fazer o meu melhor e ficar feliz comigo.

Quanto aos outros, aos que tomam decisões que directa ou indirectamente influenciam a nossa vida, resta-nos a esperança ou a indiferença.

Uma outra opção.

Uma outra decisão.

Tomada por nós ou pelo tempo!