Monday 4 June 2007

Alguem me explica???

Não vejo muito televisão, é verdade. Talvez esteja fora do espírito, não sei.

Não tenho paciência. Ligueira incapacidade para estar quieta. Consigo estar horas ao computador, é verdade. Também e verdade que não tenho feito muito mais além disso, nos tempos que correm. Mas o que vocês não sabem é que nem ao computador estou quieta. Nem o raio dos dentes eu consigo lavar quietinha, em frente ao espelho e ao lavatório. Até já dou por mim, em qualquer divisão da casa, a lavar os dentes com a mão esquerda porque a direita está momentaneamente ocupada com qualquer tarefa demasiado delicada para a mão esquerda.

Não, não sou hiperactiva. Está na moda... Crianças irrequietas são hiperactivas. Adultos stressados são bipolares. Adolescentes são adolescentes. Esses ao menos têm sempre desculpa, é da idade, acaba por passar. (Pois, paizinhos, mas existem umas quantas coisinhas que não são da idade, que não acabam por passar. E ainda bem!) Todos os putos da minha família têm energia para dar e vender. Não, não são hiperactivos. Por favor, parem de perguntar. É suposto os putos não parerem quietos, é suposto treparem tudo, é suposto fazerem asneiras. Quantos são os adultos que não fazem asneiras?? É suposto estarem SEMPRE SUJOS, MESMO QUE LHES MUDEM A ROUPA 20 VEZES POR DIA. Mudem mais uma, faça assim tanta diferença? Gasta-se muita água? Gasta-se muito dinheiro em roupa que todos os dias chega a casa rota? Deixem os putos andar todos cagados, deixem os putos andar todos rotos. Eles não são bonequinhos pequenos que os papás levam a passear. Um parque infantil não é um desfile de moda... Por favor, deixem as crianças ser crianças, deixem-nas brincar. DEIXEM OS PUTOS ESFOLAR OS JOELHOS, PARTIR OS QUEIXOS E A CABEÇA. Haverá maior felicidade do que ver a expressão de alegria na cara de um puto a chafordar-se todo numa poça de lama??? Parem de invejar a sua felicidade, a sua inocência, a forma como para eles o mais simples se tranforma em alegria, em felicidade. Eles não invejam a nossa felicidade. Eles adoram ver-nos felizes. De preocupar é ver uma criança calada e quieta. Ai que vontades de dar umas bufetadas às maezinhas quando ouço: 'Francisco, venha cá. Olhe que lhe dou um estalo! Matilde, esteja quieta, não suje o vestido, que vamos jantar com a Bé. Frederico, se dá um chuto nessa bola fica de castigo o resto do mês!' Coitados, de castigo já eles parecem estar para o resto da vida... Deixem as crianças ser crianças e aprendamos nós a ser de novo crianças. Deixem-nos continuar a lembrar-nos que fomos também um dia como eles, que sabíamos como ser fellizes, que sabíamos encontrar a felicidade nas coisas simples da vida e aproveitá-la. E como a aproveitávamos! Agora é que precisamos de explicação para tudo, razão para tudo. Porquê? Deixem-nos continuar a lembrar-nos que a criança que outrora fomos estará sempre em nós. Sim, porque eu gosto de observar o comportamento das pessoas, e os adultos também se riem, também dizem e fazem disparates, também se sentem felizes quando alinham nas brincadeiras dos putos. A próxima que te pedirem 'mãe, pai, tio, prima, avô, avó, irmão, irmã, anda jogar à bola, anda andar de bicicleta, de skate, de patins, etcs e tais' não penses, e muito menos respondas, já estou velho(a) para isso. Não penses, vai. Depois, primeiro olha para o ar de satisfação e felicidade da criança que acompanhes, depois, olha para a tua e vê se encontras diferença...

Não é que não consiga estar quieta, também não é isso. Adoro momentos calmos, adoro estar deitada a ouvir o mar ou uma música calma. A olhar a lua (mas o que há entre ti e a lua? Não sei, mas sou completamente alucinada, é indescritível o que sinto quando olho para ela...). Adoro ler sentada na relva, estar à sombra de uma árvore a ver o mundo passar. Mas tudo isso é apenas possível em tempos de paz de espírito e tranquilidade interior. Infelizmente, estamos em amor em tempos de cólera.

Não consigo estar sentada a ver televisão porque simplesmente não dá nada de jeito (pois, não tenho os canais das séries...). Mesmo quando qualquer coisa é interessante, são 5 minutos de interesse para 30 minutos de publicidade, o que é suficiente para me esquecer que interesse teria o suposto programa interessante que minutos antes estava interessada em ver. E se ainda os anúncios fossem eles prórpios interessantes. Sinto-me estupidificada ao ver publicidade. E consigo apenas pensar, mas esta gente acha mesmo que somos estúpidos o suficiente para ficarmos sentados a olhar para esta merda??? É suposto os intervalos durarem alguns segundos, o suficiente para se ir a correr à casa de banho. Ok, o suficiente para 5 pessoas irem à mesma casa de banho. Claro que se os intervalos são para ir à casa de banho, os anúncios podem muito bem ser estúpidos. Mas a não ser que estejamos todos igualmente de diarreia como estamos de diarreia mental, não acho necessário meia hora de publicidade cada 10 minutos... E cada um é sempre mais estúpido que o outro. Não, eu estou enganada, o próximo vai ter piada, é suposto os comerciais terem piada, ou serem informativos. A combinação seria excelente. O próximo vai ser melhor. Ainda bem que desisti de esperar...

Não consigo perceber a lógica dos anúncios. Primeiro vejo uma mulher a entrar na Multiópticas e a pedir uma sopa ou sei lá. Ok, tenho a confessar que achei muita piada ao puto que lá entrava para comprar preservativos. Excelente. Mas só porque o outro funcionou, não quer dizer que tudo funcione. Porque é que puxam a corda sempre mais do que ela aguenta? Já parece os filmes, gostamos de um filme, têm logo de fazer 37 versões. É até esgotar a paciência. Felizmente, nem sempre acontece. Mas infelizmente o primeiro é sempre o melhor, e ao fim dos seguintes parece sempre que faltou qualquer coisa. À excepção do Sr dos Anéis, hehe. Outro maravilhoso anúncio, este bem pior na minha hummilde opinião, é aquele do pessoal que vai ao médico com uma garrafa colada à língua. Para não falar de a recepcionista ter um decote até ao umbigo. Tivessem eles posto uma senhora de 50 anos no papel de recepcionista, já eu achava a coisa mais real, ou um homem, já eu achava a coisa mais desesteriotipada. Algora a sério, alguém me consegue explicar se esse anúncio tem algum sentido/significado? Se sim, qual? Acho que é da green, da super bock. A super bock costumava ser uma marca com publicidade que eu considerava engraçada e bem bolada. Não tenho a certeza, marcas de cerveja não é muito comigo, mas acho que sim... Detesto ser decepcionada! Se calhar fica-se mesmo lá com a língua colada, não sei, nunca bebi uma green. Mas sinceramente, não acho necessário enfiar a língua no gargalo da garrafa para beber cerveja...

Sim, reparei que todos os parágrafos começam pela palavra não. Devo estar em negação, não sei bem é de quê...

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